“Não fico surpreso que as pessoas não identifiquem estes aromas todos nos vinhos que compram. Eu mesmo não sou capaz de reconhecê-los. Aliás, acho muito aborrecido. Não estou interessado nisso, e sim na personalidade do vinho.” (Aubert de Villaine, proprietário da Domaine de Romaneé-Conti)

Introdução
Voltemos ao Chile meus amigos! O nosso ponto de partida da nossa jornada no mundo da enologia nos apresenta uma uva única em que jamais poderíamos passar incólumes sem o seu conhecimento! E, conforme falei na nossa primeira degustação, a Cabernet-Sauvignon se estabeleceu como a uva que mais se adaptou no país. Porém, da década de 90 para cá, a casta que tem brilhado e se destacado como símbolo chileno é a Carmenère. Uva esta que tem sido adorada por muitas pessoas (inclusive vários amigos próximos) devido à sua unicidade!
História
A história dessa uva pode-se afirmar que é, no mínimo, intrigante. Ela, assim como boa parte das uvas viníferas conhecidas, é originária da França na região do Médoc em Bordeaux. Acredita-se que essa casta é uma das espécies mais velhas do mundo.
Vimos nos posts passados que, ao fim do século 19, aproximadamente em 1867, uma terrível praga conhecida como Phylloxera foi responsável por dizimar quase todas plantações de uvas da Europa, afetando particularmente as plantações com a uva Carménère, as quais eram bem mais susceptíveis à doença. Acreditava-se que essa espécie tinha sido extinta do mapa há mais de 100 anos até que, em 1994, no Chile, um enólogo francês, chamado Jean-Michel Boursiquot, notou que algumas cepas de Merlot demoravam a maturar. Os resultados de estudos realizados concluíram que se tratava na realidade da antiga variedade de Bordeaux Carménère, cultivada inadvertidamente, misturada com pés de Merlot. Provavelmente, nos primórdios, ela foi levada por engano ao chile mas se adaptou ao clima agradável e aos solos férteis obtendo êxito ao ponto de ser considerada uma das uvas mais importantes do Chile por sua qualidade e sabor excepcional.
Características da Carmenère
A carmenère é uma uva que foge um pouco das características dos vinhos tintos os quais vimos até o presente momento: possui taninos médios a macios e possui aromas vegetais em adição ao de frutas negras e vermelhas. Em alguns vinhos desta casta é possível sentir o aroma característico de pimentão, por exemplo.


Harmonização
Conforme mencionamos no post atual, a carmenère é uma uva que produz vinhos com tanicidade média a baixa e, isso significa dizer que, como é um vinho tinto, combina com carnes e, devido à baixa tanicidade, combina especificamente com carnes brancas como o frango. O seu frango de padaria de Domingo ficará muito mais interessante e saboroso quando combinado com vinhos dessa uva.
Apéritìf
Enquanto se espera pela aprazível refeição, você pode apreciar essa que é um dos exemplos de que no Brasil também se produz bebida de qualidade: Colorado Appia. Essa cervejaria paulista (Ribeirão Preto) de 18 anos que conquistou o mercado não apenas gourmet brasileiro como o Internacional, apresenta uma cerveja de trigo única, com o uso de mel em sua fabricação e cujo rótulo e mascote (urso) foi desenvolvido por um dos maiores designers cervejeiros do mundo: Randy Mosher.
Vinho de escolha: Carmenère Reserva Casillero del Diablo, 2014
Apesar de já termos falado sobre a Concha y Toro aqui no post do Cabernet-Sauvignon, iremos também fazer uso da linha Casillero del Diablo para falarmos sobre a Carmenère devido ao fato de apresentar o melhor custo-benefício de todos. A linha Casillero del Diablo só perde em qualidade para a linha premium Marquês de Casa Concha!!
Se a vontade do degustador for para harmonizar o vinho com um queijo específico, nada melhor do que um queijo cremoso do tipo brie ou camembert!
Digestif
Nada melhor para terminar uma refeição do que harmonizá-la com o síbolo americano do bom Bourbon: Jack Daniels Honney. Também feito com mel em sua receita!!!!!!
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Maravilha !!!
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Combinação perfeita essa hein!! Não à toa, é o meu vinho preferido!
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Animal Pedro!
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