“Nunca fiz amigos bebendo leite, por isso bebo vinho.” Silas Sequetin
Introdução
Amigos, hoje o post será o cumprimento de uma promessa que eu fiz num post anterior sobre poder degustar o melhor vinho do Chile e, sem perda de generalidade, o melhor Cabernet-Sauvignon do mundo. Já falei várias vezes que essa denominação de o melhor do mundo é relativa mas, em questão de Qualidade, o Don Melchor é praticamente imbatível. Quero agradecer ao meu pai por ter feito a gentileza de ter trazido esse vinho lá da Concha Y Toro para mim e ao meu amigo Rafael Campos por ter trazido de Cuba um presente muito especial para mim: um charuto cubano Cohiba.
Vinhos de escolha: Don Melchor 2013 e Marquês de Casa Concha Cabernet Sauvignon
O Don Melchor é um vinho muito difícil de ser consumido aqui no Brasil devido ao seu alto preço. No post do Spettus Boa Viagem eu falei que, no restaurante, ele estava sendo vendido por R$800. Pela Internet é possível encontrá-lo por cerca de R$600. Já na Concha Y Toro ele custa R$300. Ou seja, se você tiver vontade de degustá-lo, não o compre no Brasil. Meu pai me deu esse presente maravilhoso.
Abaixo temos uma lista de premiações que ele recebeu:
- Don Melchor 2008: 94 pontos. Wine Spectator Octubre 2012.
- Wine Spectator: 94 pontos (2011).
- Robert Parker 95 pontos (2010).
- Wine Spectator: 95 pontos (2010)
- Top 10 vinhos de 2014 = Nono Lugar!

No aplicativo do vivino ele recebe a oitava colocação como o melhor vinho do mundo. Don Melchor é a expressão máxima da uva Cabernet Sauvignon no Chile! Estamos diante de uma lenda viva. Abaixo eu vou deixar uma entrevista muito bacana no youtube com o enólogo responsável por este vinho tão maravilhoso. Nela pode-se ver a plantação das uvas e o Enrique Tirado explica como é possível termos um vinho dessa qualidade. Vale a pena conferir:
https://www.youtube.com/watch?v=4jqmODTcXks
Para degustarmos um vinho dessa qualidade precisamos também de um lugar à altura: churrascaria Vento Haragano. Eleita como uma das melhores de São Paulo e do Brasil.
Outro ponto que eu considero o mais importante é saber se realmente há uma diferença concreta e real entre um vinho considerado premium e um top como esse. Por isso vamos comparar o Don Melchor com o vinho o qual eu o considero o melhor custo benefício no Brasil: o Marquês de Casa Concha Cabernet Sauvignon. Já degustamos esse vinho no post da lagosta e caviar.
Tomemos então nossos vinhos e partamos para o restaurante.
Chegada ao restaurante e harmonizações
O Vento Haragano fica localizado na avenida Rebouças. É muito legal ir ao estabelecimento pois o clima é realmente do Rio Grande do Sul: pessoas bonitas e todos os atendentes, garçons, recepcionistas e gerentes vestidos a caráter (com a pilcha gaúcha). Parece que estamos indo para um fandango de alto nível!
A recepção e o atendimento do restaurante é bem acima da média. Os dois sommeliers da noite Alcyr e Tiago muito profissionais e competentes nos deram muitas dicas de valor que agregou bastante.
Primeiro o Don Melchor:
Depois o Marquês de Casa Concha (após tomar água):
Uma comparação entre os dois juntos: o da direita é o Don Melchor
A diferença entre eles é clara e perceptível. Não chega a ser um absurdo mas percebe-se realmente a superioridade de um para com o outro. Enquanto no Marquês de Casa Concha há a presença clara de frutas negras e vermelhas como amoras, cerejas e ameixas, no Don Melchor esses aromas se acentuam parecendo uma compota de frutas. É fantástico poder ver essa diferença tão clara. A acidez presente no Marquês de Casa Concha se suaviza no Don Melchor. Ela perde um pouco a “aspereza”. Outro ponto fantástico é que eu pude entender na prática o que significa taninos redondos. No Don Melchor os taninos são muito suaves e o vinho desce como uma pomada (como dizem os portugueses), já no Marquês de Casa Concha percebe-se que eles ainda encontram-se rústicos e eles “agridem” mais a boca. Maravilhosa Experiência.
Todas as carnes da casa são fantásticas, mas a costela premium é a mais gostosa que eu já comi na vida.
A fraldinha (vazio) deles também é espetacular:
A paleta de cordeiro:
O assado de tira
A alcatra
Carré de Cordeiro
Tambaqui
Picanha perfeita
Paralelamente a isso o Alcyr me convidou para conhecer a adega da casa e me mostrou rótulos realmente lendários custando mais de R$15 mil reais (Romanée Conti, Petrus, etc).
Esse custa mais de R$10 mil:
Aqui é o lendário Vega Sicília Espanhol, custando pouco mais de R$16 mil
O lendário Château Mouton-Rothschild custando R$17 mil
Mas talvez a maior preciosidade da casa seja esse aqui trazido pelo Papa ao Brasil. Um dos vinhos mais raros do mundo.
Para terminar o jantar vamos repetir a dose do Spettus Boa Viagem: Baileys Frappe
Charuto Cohiba com Cognac Francês
Amigos, a noite foi maravilhosa, porém ainda não tinha terminado ali. Ao chegar em casa vou experimentar o melhor charuto do mundo que meu amigo Rafael Campos trouxe como um presente de sua última viagem a Cuba. E nada mais perfeito para harmonizar do que um legítimo Cognac francês.
Conclusão
O Vento Haragano é um excelente restaurante que possui as melhores carnes que eu já comi na vida. O atendimento também é sensacional, recomendo com empenho. Possuo apenas três críticas: o preço é muito acima da média, o buffet não é muito variado e ele não possui carnes nobres como faisão ou avestruz. Tirando esses três pontos o restaurante merece nota 10, vale a pena conhecer. Sobre o vinho Don Melchor foi uma experiência maravilhosa porém não a repetiria pois a diferença entre ele e o Marquês de Casa Concha não chega a ser suficiente para pagar 7 ou 8 vezes mais nele. Recomendo porém tomar uma única vez na vida para conhecer essa lenda.
Conheça todos os posts do blog através desse link
Pingback: Resumo dos posts divididos por seções – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Teste cego de Bordeaux Chileno Versus Grand Vin de Bordeaux – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Tempranillo Espanhol, Malbec Argentino, Churrasco e afins – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Evento enogastronomico e minicurso de vinhos – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Duelo de Malbec Francês-Argentino, Fuller’s Vintage Ale e Receita de Hambúrguer Artesanal – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Áustria, Hungria, Brunello di Montalcino com Pinot Noir da Córsega e Risoto de Manga com Camarão e Paillard de Mignon – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Le nez du vin, bardega e mix de clássicos – Vinhos e Afins para Leigos
Pingback: Paella com lagosta e vieira e duelo de Dom Pérignon versus Möet & Chandon – Vinhos e Afins para Leigos